terça-feira, 8 de junho de 2010

Trovadores Urbanos no Estadão

Trovadores: 20 anos de boas histórias
Tietagem. Os quatro integrantes da formação original dos Trovadores Urbanos, todos amigos de Avaré, na Avenida Paulista (Foto: Paulo Liebert/AE)


De balde d'água na cabeça no início da carreira a uma infraestrutura com 50 pessoas, grupo hoje reconhecido nas ruas, como atestou passeio na Avenida Paulista, comemora trajetória com dois shows.
"Trovadores, eu gosto muito de vocês. Eu não gosto é do meu marido!", gritou a homenageada, atirando ternos, sapatos e discos pela janela, enquanto os seresteiros tocavam Volta, de Lupicínio Rodrigues. O marido ainda saiu de trás de um Fusca, para implorar pessoalmente a reconciliação, mas não teve jeito.

Em 20 anos, completados hoje, o grupo Trovadores Urbanos acumulou um repertório de casos com clientes e homenageados muitas vezes mais divertidos que as próprias apresentações. Já levaram balde d"água na cabeça, foram escorraçados, ridicularizados. Mas o amor venceu. Em sua primeira apresentação, em 1990, eles fizeram um delegado de polícia chorar de emoção.

O aniversário do grupo vai ser comemorado com dois espetáculos, hoje e amanhã, no Memorial da América Latina, e com o lançamento do CD Amor Até o Fim. Eles esperam receber 800 pessoas em cada dia.

Maída Novaes, coordenadora e espécie de porta-voz do grupo, não para de contar. "Um dia, a gente foi fazer uma serenata para um cara, e ele estava na sala, assistindo futebol na TV. Nem tomou conhecimento. Só perguntou para a mulher: "Quanto custou isso?""

Desde o começo, quando os quatro amigos de Avaré se juntaram por iniciativa de Maída, o grupo incrementou seu repertório de canções, aumentou substancialmente o cardápio de opções (de duetos a telegramas do amor) e multiplicou o número de apresentações. Agora, são 50 músicos, fazendo em média 400 apresentações por mês, a maioria aos sábados.

Se o início era só um quarteto mambembe, despretensioso, hoje os Trovadores Urbanos se autodenominam um "projeto". O grupo procriou também. Alguns elementos da segunda geração integram os Trovadores Mirins.

Na Paulista. A reportagem acompanhou os quatro seresteiros originais em uma volta pela Avenida Paulista, anteontem, em pleno movimento das 15h. Não bastasse a cantoria, eles ainda envergavam trajes de caipiras renovados, vestidos de festa, ternos e chapéus. Batata: todo mundo olhou, todo mundo perguntou do que se trata, todo mundo quis sair na foto.

Entre o Conjunto Nacional e o Parque Trianon, os trovadores juntaram muitos agregados. Perto do parque, a secretária aposentada Zuleide Braga, de 63 anos, se sentou para observá-los, acompanhando as músicas só com os lábios. Viúva, três filhos, ela disse que adoraria receber uma serenata. "Quem não gostaria?" Uma porção de gente. Maída e Valéria Caram, outra integrante, lembram de um homem que berrava "Vão emboraaaa!!!!", enquanto a mulher dele assinava, trêmula, o cheque para pagá-los.

Zuleide diz que, além da falta do namorado, um outro obstáculo torna uma serenata em sua homenagem praticamente inviável. "Moro no 11.º andar", diz ela, que vai prestar vestibular para Direito e estava a caminho do cursinho.

O estudante de Biomedicina Bruno Oliva, de 25 anos, que mostrava a Avenida Paulista a dois amigos de Rondônia, pediu para sair na foto com os trovadores. Um dos amigos, Alexandre Veloso, de 22, disse gostar de New Age e música Celta ("estilo Enia"). O outro, Elton Waldraff, de 21 anos, prefere afro. "Mas nunca tínhamos visto algo assim (serenata). É engraçado", afirmam eles.

Acostumados a reações extremadas, os Trovadores continuam a caminhar impávidos pela Paulista. Eles merecem o sucesso. Afinal, quem mais, como Maída (ela continua falando), contaria descontraidamente que chegou a ler cinco páginas de pedido de perdão, enquanto os amigos tocavam uma serenata?

Dia das Mães

As preferidas são Paz do Meu Amor (Luiz Vieira), Rosa (Pixinguinha) e Como é Grande o Meu Amor por Você (Roberto Carlos)

400Serenatas são feitas por mês pelos Trovadores Urbanos. O grupo já teve filiais no Rio, em Santos e em Campinas

R$ 300É o valor mínimo cobrado pelo grupo por uma serenata. Ela é realizada por um dueto As músicas imbatíveis são Volta (Lupicínio Rodrigues), Sozinho (Peninha) e Por Causa de Você (Dolores Duran e Tom Jobim)

Namorada (Carlinhos Lyra e Vinícius de Morais), Você (Tim Maia) e Eu Sei Que Vou Te Amar (Vinícius de Moraes)


segunda-feira, 7 de junho de 2010

SERENATAS DAS ANTIGAS - Veja São Paulo

Santhana, Maída, Valéria e Novaes: homenagens em ônibus, delegacia e salão de beleza, por Luiz Maciano

Trovadores Urbanos comemora duas décadas de carreira

Grupo lança o CD 'Amor até o Fim', o sétimo da carreira, e emociona o público com serestas à moda antiga

Por Carolina Giovanelli | 09/06/2010


Como você reagiria se recebesse a visita dos artistas na foto acima? Conhecido pela personalidade firme, um senhor desabou em prantos quando eles cantaram ‘Peguei um Ita no Norte’, de Dorival Caymmi. Outro não sabia onde se esconder, enquanto, ao lado de sua família, ouvia uma homenagem enviada pela amante. Durante o banho de sol, um presidiário derramou lágrimas ao som de músicas selecionadas pela mulher. No próximo sábado, 12, Dia dos Namorados, os Trovadores Urbanos comemoram duas décadas de atividade. Data melhor não poderia existir. Afinal, eles são conhecidos por derreter corações com serestas à moda antiga, sempre caracterizados com roupas do fim dos anos 20. Desde 1990, presenciaram uma série de situações excêntricas. “Tocamos em delegacia, ônibus, circo, táxi, salão de beleza e até cemitério”, diz uma das integrantes, Maída, que precisou interpretar em francês, japonês e italiano.

A comemoração conta com novo álbum, o sétimo da carreira, batizado de ‘Amor até o Fim’. Uma apresentação no Auditório do Ibirapuera está agendada para o dia 27. Nascidos em Avaré, no interior de São Paulo, os irmãos Maída e Juca Novaes faziam serenatas nas janelas alheias por influência da mãe, uma cantora de rádio. Aos 27 anos, a moça teve a ideia de levar a atividade para a capital. Em parceria com a conterrânea Valéria Caram e o músico paulistano Eduardo Santhana, a dupla publicou um anúncio e, de cara, três cantorias foram solicitadas. “Começamos como uma brincadeira, mas o negócio virou uma bola de neve”, lembra Novaes.

Hoje, a Trovadores Urbanos é uma empresa de sucesso. Além dos quatro artistas originais, que gravam CDs e participam de shows maiores, mais de quarenta pessoas fazem parte da equipe. Com o tempo, surgiram outras atrações, como a Enfermeira do Amor, a Fada Madrinha e o Coração Apaixonado. Por mês, são contratadas cerca de 400 dessas performances no Brasil inteiro, com formações de duas a vinte pessoas. Os preços vão de 60 reais, custo da mensagem via telefone, até 8 500 reais, pelo show da trupe original. Clientes estrelados, a exemplo de Xuxa, Ana Maria Braga e Antonio Fagundes, já tiveram um gostinho dos serviços do elenco. Um casarão em Perdizes abriga, há doze anos, a sede do empreendimento, além de servir de palco para uma serenata todas as sextas, das 20 às 22 horas. “É nosso jeito de agradecer a São Paulo pelo carinho”, afirma Maída. Desde 1995, uma nova geração de cantores, o conjunto Trovadores Mirins, composto de crianças de até 15 anos, também causa choradeira por aí. “Nem parece que passou tanto tempo”, diz Novaes. “Que venham mais vinte anos.”



Ana Maria Braga ganha serenata do marido

Por Dani Telles

Famosos circulando pelo Fashion Mall, ambientação medieval e uma longa fila de fãs à espera do autógrafo. Parecia perfeita a noite de lançamento de À Espera dos Filhos da Luz, primeiro livro de ficção de Ana Maria Braga. Mas, e o marido, Marcelo Frisoni, por onde andaria? Ele não conseguiu comparecer, mas não fez por menos: surpreendeu a apresentadora com uma serenata dos Trovadores Urbanos, que cantaram Eu Sei que Vou te Amar e amoleceram o coração da apresentadora. Não foi só isso. Com figurino anos 20, Maída Novais e Eduardo Santhana, contratados em São Paulo por Frisoni, entregaram a ela um buquê de rosas vermelhas e o cartão escrito por ele.

Trovadores Urbanos levam 1.600 pessoas ao Memorial






Lançamento do novo álbum “Amor até o Fim” lota auditório nos dois dias de espetáculo



Casa cheia e muita emoção marcaram o lançamento do novo CD do grupo Trovadores Urbanos, “Amor até o Fim”, no último fim de semana. Foram 1600 pessoas entre jovens, crianças e adultos que presenciaram um espetáculo envolvente e que surpreendeu todas as idades. Músicas como ‘Fato Consumado’ (Djavan), ‘Menina’ (Paulinho Nogueira) e ‘João e Maria’ (Sivuca/ Chico Buarque de Holanda) foram algumas das interpretações que fizeram a plateia suspirar. Além das músicas, o grupo apresentou presença de palco e o domínio artístico, com direção de Cris Ferri. Os arranjos e direção musical, que uniu o belo ao perfeito, ficaram por conta de Pichu Borreli.

Ao final do espetáculo o comentário era um só. “Ficaria mais duas horas ouvindo e apreciando uma boa música acompanhada de uma interpretação de qualidade”, disse Maria Olinda Perez, presença cativa nos dois dias de espetáculo.

Para Maída Novaes, coordenadora do projeto, a satisfação é imensa. “Esse espetáculo nos emociona, pois nesses 20 anos de carreira queríamos uma grande festa em comemoração e as duas noites no Memorial da América Latina foram de tirar o fôlego do grupo. Estamos até agora emocionados com o carinho do público”.

Mas, os Trovadores Urbanos não param. Agora eles se preparam para o grande show no Auditório Ibirapuera no próximo dia 27 de junho.